31/05/2007

Senzala

Todos os dias acorda no pescoço.
Às seis da manhã:
Lavar o rosto, acalmar no corpo
o calor da febre terçã.

O corpo rijo como um cavalo,
marcas de aço no seu rosto roto.
Negro amargo, sem dentes
na boca de comer arroz e osso.

De morrer cada dia um pouco.
De encher seu bucho morto.
De morrer negro no lodo

Igual a cor da sua pele,
remexe dentro do poço,
No estreito poço o seu corpo cavalar.

Um comentário:

Anônimo disse...

CARALHO!