O gosto das lágrimas que são tão ásperas
eu sinto na boca descontente
com o peso ardente de meu corpo desforme
com contornos sobressalhentes.
Na frente do espelho observo dedo por dedo
cada detalhe me é revelado
cada esquina minha nua, triste, assustada.
Vejo a minha silhueta na meia luz do quarto
e vejo cada erro considerável
que ficou pregado na minha memória.
Em todas as partes, nos joelhos, nos calcânhares,
uma insatisfação imensa me dá um arrepio.
Sinto minhas mãos pequenas
tão pequenas...
Passo-as nos cabelos, nos meus poucos cabelos
que escondem meus pensamentos de sabor azedo.
02/05/2007
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