15/05/2007

Joana.

Olhou para fora e ainda chovia muito. Enfiou a cabeça sob o travesseiro e tentou dormir mais um pouco, não conseguiu, óbvio. Dois Tylenóis de 750 mg, café preto dois dedinhos no copo, uma garrafinha de água para tentar aliviar a ardência da cafeína. Realmente seria impossível pregar os olhos de novo, e ainda eram apenas 7 e 30 da manhã.
Pegou o telefone, discou, esperou, desligou; daí ligou de novo:
"Alô, André? Eu te acordei? É, eu sei que tá cedo, mas é que eu tomei uma decisão...Qual? Ahm..."
Ligou pra falar mas não falou, inventou uma historinha qualquer.
"Você vem almoçar aqui hoje?Vou fazer aquele macarrão, aquele que você gosta tanto."
Já havia uma semana que não dormia, um misto de medo infantil e ansiedade. Escreveu no seu diário que o ser humano quanto mais pensa menos evolui e realizou que a evolução depende muito mais de um estado de deixar-se estar do que realmente tentar resolver os problemas em questão.
Uma partícula de onda gigante, era só ela e no entando precisava de toda uma massa de energia para poder mover-se. A humanidade, refletiu. Não seria fácil levantar-se da cama hoje, tinha medo de começar o dia e não poder terminá-lo como queria, ia dar tudo errado.Tinha mais que certeza, mas não podia deixar que tudo isso a tomasse por inteiro. Tirou o pijama na cama mesmo, saiu nua para o chuveiro, banho frio, esqueceu de escovar os dentes e saiu direto pra rua.

Nenhum comentário: