21/06/2007

Para Rafael

Menino
Da onde vêm seus sonhos?
sonha com tudo que pode sonhar.
E se não te bastam as estrelas, o céu
Vai além além.
Na rabiola do cometa, na corrente de ar.
Sempre olhando pra cima
Pro teto da vida, sem esperar
Que talvez um dia cresça.
Seus pés inquietos
Correm de um lugar a outro,
Nunca param ou descansam,
Nem dormem.
Da onde vêm seus sonhos?
Pra onde vão suas palavras?
Sempre atentas e prontas para saltar
Da sua boca aberta aberta.
E seus olhos, menino
Focando tudo que há de perto
De longe, de belo e de feio.
A sua inocência se confunde
Com o seu nome.
Rafael, nome de arcanjo
Mensageiro e curador.
Assim é você:
De asas abertas, indo sempre para o alto.
Mais alto mais alto.
Como um balão
Feito de ar e sonhos.
resolução quatro: alma lama.

Há uma lama dentro de mim.
Na alma, ela chama em chamas.
E na cama, a lama em minh'alma
canta em voz alta os sonhos ao dormir.

13/06/2007

Paixão!

Estou Sofrendo.
O que tenho?
Paixonite Aguda.
Os sintomas, muitos.
As horas sofridas não cabem no relógio.
Só penso no amado em cada tic-tac de hora.

Todas as cartas são para ele!
Até a inspiração esse amor devora.
Os poemas? Só de amor escrevo.
E claro que dentro do peito
o coração palpita desajeitado!
E até da água que bebo
dedico a ele todos os goles dados!

É paixonite do que padeço!
Da onde veio tal virose?
Me pegou de jeito um dia.
E até hoje sinto ela aqui dentro.
Sorrio toda hora, sintomática reação.
Não presto atenção nas palavras
que os outros me falam.
Nem presto atenção no jardim
pois há dentro de mim uma outra rosa!

Ah como estou sofrendo!
E sofro mais ainda quando ele
não está por perto.
Daí sim, calafrios e tremedeiras.
Suspiro no canto sem razão nem por que.
Meus olhos ficam profundos e lânguidos.
E tudo o que desejo é poder estar:
Ao seu lado, dentro dele, respirando
o ar que ele respira, sentindo o amor que
dele expira.

Ah! Não sei se agüento!
Não sei se posso mais este tormento!
Doutor deveria tu curar esse sentimento,
curar de mim essa paixonite aguda.
Pois não como nem penso.
E o que resta de mim é só poesia e açúcar!

05/06/2007

O que é Causal?

Amor Causal: Adj. 2 gén., relativo a causa;
que exprime causa;
s. m.,
razão;
origem;
motivo, proveniência.

Andava tão tristinho e cabisbaixo,
Sem aquele amor, a razão não existia
Sabia de cor, todas as suas cores preferidas.
E ainda assim, o destino foi vigário.

Como foi árdua a conquista!
Com flores, jantares e promessas.
Aquele amor, sofrido deveras,
Merecia ao menos uma jazida!

Foi só por ele que feliz a vida corria
Brilhava o sol de cada manhã azulada
Estampado na pele da querida amada
Tudo era tão feliz, e o amor uma piada.

Mas agora, sozinho na caminhada
O amor sem rumo vagava obsoleto
Onde foi que ele perdeu o bom senso?
Por onde andas a razão almejada?

Já não podia mais com esse medo
De ficar só, sem razão e sem amor
Como alma penada em busca do senhor
Ficou ele no mundo sem o seu desejo.

E agora o pobre vaga a esmo
Olhar perdido no horizonte cinza
Lucidez, aquilo já não mais tinha
Deixou-a morrer, esquecida no tempo.

O que é Casual?

Amor Casual: Do Lat. casuale
adj. 2 gén.,
que depende do acaso;
fortuito;
eventual;
acidental.

Foi assim, cruzamos os caminhos sem nos ver
E só quando você chegou à outra esquina:
Que coisa de filme de teve!
Olhou para trás e disse: Que linda!

Nossa, Obrigada! Pensei ainda
Que fosse para mim tal elogio.
Mas você grudou a cara na vitrina
Ouvindo no rádio uma música dos beatles.

Daí eu disse: Essa eu nunca tinha ouvido.
Eu cheguei mais perto e vi seus olhos
E seu rosto alvo estava todo sorrindo:
Poxa, essa é a música que eu mais gosto!

Quer ir lá dentro ouvir os outros novos?
E me puxou pela mão sem perguntar.
Dentro da loja por entre vinil e mofo
A vontade que eu tinha era só de dançar.

A gente se olhava sem se falar
O que tocava era tim maia: Bem querer.
O que a gente sentia, não tinha mais lugar.
O amor ali nascia, e a gente sem perceber.