24/11/2008

Faces do Amor

Ana gosta do humor de Paulo, gosta muito do seu jeito leve de ser.

Mas os olhos do Rodrigo, de um fogo tão profundo e abissal - que até assustou-, ela não se esquecerá.

Pedro tem um quê de intelectual, pena que não quer Ana, que quer tudo. Mesmo assim passeiam, dia sim dia não. Sua companhia é uma companhia madura e delicada e às vezes estranha.

Para ela, André é quase perfeito, seu romance a envolve por inteiro, promessas de fim de semana na praia e concertos de jazz aos sábados. Sente que o que há, vem de muito tempo antes.


Rodrigo fala pouco, tem um sorriso meio maroto, e por trás dos óculos Ana sente que ele sempre está olhando para ela. Sua vida é um mistério, quase não conversam. Ana adora.

Paulo marcou sua vida aos poucos de uma forma bonita, como nos contos de amor. Sua arte é o Ser humano e emociona Ana a forma como ele sente a dor do mundo.

Mais uma vez, Pedro vai ligar. Ela sabe que tem que deixar pra lá, essa retórica toda de contestar o coração.

Pois pra ela, a fragilidade de André beira a loucura contaminante da paixão. É tudo sobre o par perfeito, tudo sobre dois.

Mas Rodrigo tem que entender que o que é dela não será compartilhado. E não é uma pena, não é um sinto muito.

É só um apenas.

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