13/03/2009

Anatomia do ser ontológico

São tantos os olhos abertos
E muitas as bocas parlantes
São dedos em riste apontando
o onde, a onde ou quando.

Ouvidos há muito atentos
Em volta das cabeças pensantes
E dentro pensamentos estranhos
O que pensam não importa,
O que importa é o restante.

Nos pés cicatrizes
Logo dois correndo em linha
E os joelhos arcados e doloridos
Balançam a frágil bacia.

E no estômago, universo do vazio
Arde em chamas quando atiçado
Sentimentos quentes ou frios
De acordo com o dia e o quadro.

A lingua, molhada tensiona
Os dentes pra dentro e pra fora
Se movimenta como ondas
Nas costas, na nuca, nas coxas.

E dentro do peito, a pedra.
Mineral alado e pulsante
Esfarela-se quando apertado
Dissolvendo-se no meu restante.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sempre muito bom passar por aqui...

Areda Fiori, Erica Gomes, Jordana Rodrigues, Georgia di Mattos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.