06/03/2008

alimento d'Alma

O que alimenta a minh'alma
não nutri mais o meu ser.
Um é feito de tristeza
o outro lhe falta tecer


-A luz da vida
que antes vinha
hoje já é sombra-

Os dois se separam
água e óleo no corpo
e fogo que num consome
no outro alastra todo

- Lá no fundo há sementes
como na terra ácida
esperam d'uma morte, asas-

E eu assim dueto
mas sem sonetos, nem canções.
Uma parte é assovio
a outra vela sem pavio.
Ai, quem me dera!
Achar-me feliz neste mundo
de uma vez só completa
as duas partes em uno.

- Mas não me desespero
quem espera sabe:
a vida um dia invade-

Então calma,
a alma cala
enquanto o peito sofre
e choram as duas partes
sem pressa, elas sabem
só o tempo cura.

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